segunda-feira, 16 de agosto de 2010

CINEMA: cortem A Fita Branca!

"Provisoriamente não cantaremos o amor, que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos. Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços, não cantaremos o ódio, porque este não existe, existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro." (Congresso Internacional do Medo, Drummond)

Com este ótimo trecho de Drummond, que não tem haver com a crítica ao filme em questão, começo este post.
Como ponto de partida revelo que não gostei do filme. Na verdade, foi um desafio e tanto vencer os seus 144 min. O pior na verdade foi a expectativa criada para ver esse filme. O fato de ele ter sido indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 2009, e ter obtido cotação máxima na Zero Hora me fizeram acreditar muito no A Fita Branca. A Palma de Ouro, para mim, não é parâmetro, até pq o pior filme que vi na vida recebeu o prêmio do júri em Cannes.
Lendo algumas críticas sobre A Fita Branca, de especialistas em cinema, eu por vezes me perguntei se o filme era o mesmo. É impressionante como os críticos conseguem argumentos para dizer que este é um bom filme, localizam o filme historicamente e relatam como ele contextualiza bem a época e suas questões políticas. A iminência da Primeira Guerra e a influência do nazismo nos povoados alemães são os fatores históricos desse filme. E o melhor, para os especialistas, é a caracterização da crueldade e da culpa coletiva do povoado frente a fatos amedrontadores que ocorrem. Eu concordo que tem tudo isso no filme, o que não necessariamente faz dele um bom filme.
Pq eu não gostei do filme?
A resposta pode ser dada em uma palavra: tédio. O filme é lento, chato e a história é fraca. A máxima de que um bom filme precisa de um bom roteiro é ótima para evidenciar o quão ruim é A Fita Branca.
O fato de ser preto e branco não compromete, isso é até legal.  As atuações são boas para o que está sendo proposto mas, o que compromete é o ritmo e o roteiro. Não consigo gostar de filmes com histórias fracas e que não evoluem. E pior que não evoluir em 1h e meia é não evoluir em 2h e meia, quase. O filme se torna um desafio à sensatez do telespectador.
Então querido leitor, ao invés de perder seu tempo vendo esse filme, vá ler a Antologia Poética de Drummond, que faz bem mais sentido.
Concordou, discordou, não tá nem aí. Comente!

Ps: Aguarde, vários top 10 Cinema nos próximos Posts.


6 comentários:

  1. Não tô nem aí.
    E nesse Top10 cinema vai ter filmes adultos?

    ResponderExcluir
  2. Sim, e o Kid Bengala somente com um filme ocupará as 10 primeiras posições.

    ResponderExcluir
  3. A Fita Branca se arrasta por longas horas...Em suma: CHATOOOOOOOOOOO. A Bons filmes Alemães como EDUKETOR'S e a ONDA, mas esse me decepcionou.

    ResponderExcluir
  4. Sou completamente contra essa "estética pós-moderna de assuntos esgotados". Ninguém aguenta mais filmes sobre primeira e segunda guerra mundial e sobre o holocausto. Dificilmente encontra-se um filme bom por aí ultimamente. Recomendo "A dúvida" (http://www.interfilmes.com/filme_19895_duvida.html). Esse não é um filme obvio nem chato!

    ResponderExcluir
  5. Não assisti. Confesso que tenho um certo preconceito com o cinema não-norte-americano. Principalmente por que o cinema 'intelectual, cult' tenta existir como uma oposição ao cinema Hollywoodiano e não tenta existir como um cinema por si mesmo. Tenta surpreender tanto, ser imprevisível que fica ilógico, non sense (e os críticos adoram), tentam fugir de todos os clichês, mas esquecem que o clichê não virou clichê por acaso. Sem contar os casos em que cai totalmente no clichê, na apelação, mas 'ai pode por que é diferente, por que é cult'... Mas continua sendo apelação. Enfim, não me alongando mais, por hora era isso. Ah, sobre falar de filmes adultos... Falo que a Rita Cadillac não é uma boa atriz, diferente da Gretchen que atuou muito bem, mas eu ainda prefiro o cinema de curtas underground (em outras palavras, os filmes caseiros com celulares de poucos minutos - inclusive nesse, a japonesinha que filmou a sua relação com o namorado é de primeira linha, ou o clássico da Cicarelli, por exemplo).

    Abraço, Alex.

    ResponderExcluir
  6. Eu ia sugerir que se dedicasse um post aos filmes que não se conseguiu ver até o final, devido a ruindade do filme. Mas acho que seria uma tarefa difícil para o autor deste blog, pq ele tem o costume de assistir filmes ruins até o final na esperança de que este o surpreenda. Um dos últimos que vimos até o final com expectativa de encontrarmos um motivo para o prêmio de melhor filme do último OScar, foi Guerra ao terror.

    Guerra ao terror: não assistam

    ResponderExcluir