quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

MEMÓRIAS DE UM ESTUDANTE DE MENTIRA (3)

Mais uma do “Man”
O Man foi o personagem mais emblemático que conheci na casa do estudante, tudo que acontecia de ruim na CEU ele tinha participação, direta ou indiretamente. Quando acontecia alguma merda todos tinha uma única certeza: o Man tem alguma coisa haver com isso. Obvio que quando ele não tinha nada haver com o BO acabava levando a culpa, é o preço da fama.
Vou contar agora mais um caso do ser humano mais “sui generis” que eu conheci, o Man.
O caso do Salto do Viaduto: Certa madrugada o Man teve uma brilhante idéia, pegou emprestado um playstation de um amigo colocou em uma mochila e saiu rumo à casa de sua respectiva. Como todos sabem (ou suspeitam) as ruas de uma cidade grande não são muito seguras e de madrugada são ainda piores. Porto Alegre não é diferente, mas o que nem todos sabem é que a CEU, nesse aspecto, fica muito mal localizada. Todas as ruas ao redor ficam deveras perigosas de madrugada, não existe caminho seguro. O Man também sabia disso, só que não se importava muito.
Enfim, ele saiu com o valioso console pelas ruas de Porto Alegre, e aconteceu o que todos previam, uma tentativa de assalto. Claro que todos os acontecimentos foram narrados pelo próprio Man, o que naturalmente torna 75,6% mentira, porém eu ainda acredito na pureza da resposta das crianças.
Conforme relato, dois assaltantes encurralaram o Man na parte superior do Viaduto, um dos meliantes retirou a mochila que estava em suas costas e atirou-a para a parte inferior do viaduto. Importante salientar que os assaltantes não tinham conhecimento do valioso conteúdo da mochila. Até aqui parece um assalto convencional, porém o nosso “sui generis” amigo em um ato desesperado, talvez impulsionado pela iminente perda de um videogame alheio, se atirou do Viaduto Imperatriz Leopoldina rumo ao desconhecido. Isso mesmo, o Man se jogou atrás de sua mochila. Os assaltantes atônitos nem pensaram em persegui-lo, afinal de contas o que esperar de um cara que se joga de um viaduto?
Já com sua mochila, e algumas dores na lombar, nosso herói prosseguiu sua caminhada, mas aquela fatídica noite ainda não havia terminado. Já ressabiado pelo ocorrido, o Man pegou na rua dois pedaços de madeira e seguiu armado, digamos assim. E não é que ele encontra outro suspeito nas escuras ruas da capital do RS. Só que desta vez ele não deu sopa para o azar, empunhou os pedaços de madeira como se fossem espadas samurais e aos gritos correu em direção ao suspeito, que surpreso e cagado fugiu sem entender nada.
O Man conseguiu chegar ao seu destino e o videogame não sofreu prejuízos físicos, porém emocionalmente ele nunca mais foi o mesmo.

Uma noite alucinante
Tudo aconteceu em uma noite de natal, quando alguns amigos e eu fomos contratados para trabalhar em um dos bares de uma grande festa aqui em Porto Alegre. Importante salientar que era uma festa para a burguesia, o ingresso custava 100 reais e a bebida era liberada, no nosso bar só serviríamos espumante.
Antes da festa começar nós carregamos bebidas, ajeitamos as taças e deixamos tudo pronto. Quando tudo estava no devido lugar, começa uma das piores tempestades que a cidade já viu, várias taças quebraram, copos voaram e o organizador começou a cogitar cancelar a festa, o que não aconteceu. Após a chuva cessar o povo começou a chegar, e em poucos minutos o clube já estava lotado, algo em torno de 3 mil pessoas. Só para ter uma noção do que era a festa, o som estava a cargo do Bochecha, aquele mesmo que fazia par com o finado Claudinho.
No bar nós não estávamos impedidos de consumir as espumantes, “faz o que tu queres, pois é tudo da lei”, então foi o que começamos a fazer. Quando a garrafa estava para acabar era pra dentro da pança que mandávamos os seus restos. E de pouquinho em pouquinho íamos ficando bêbados. E com a alteração causada pelo álcool vieram as cenas mais inusitadas da noite. Primeiro uma moça perguntou para o FatMan que espumante era aquela “Dubois”, tomado de imensa gentileza ele imediatamente respondeu “Espera ai, para tudo, isso aqui é espumante francês, se pronuncia ‘Duboa’, e restou a moça sair de fininho.
Depois o BlackMan ficou extremamente louco e começou a despejar espumante no balcão de atendimento, como se ela fosse vendida por metro, e momentos depois colocou a cabeça dentro de um recipiente lotado de gelo. O Bar da espumante já não servia mais, ficávamos dançando e bebendo, nos incorporamos à festa, e o melhor, estávamos ganhando para aquilo.
A festa acabou umas 8h da manhã e após recebermos o nosso suado pagamento fomos diretamente para a CEU, e no caminho o improvável aconteceu. Dentro do ônibus ao passar por uma profissional do sexo, voltando de mais uma noite de trabalho, o BlackMan resolve homenageá-la, bota a cabeça pra fora da janela e começa a cantar Roberto Carlos para a moça, se eu não me engano a música era Desabafo. Imaginem, dia 25/12 às 9h da manhã um doido com a cabeça na janela do ônibus cantando Desabafo do Roberto Carlos para uma mariposa, e o pior, depois de trabalhar quase 12h seguidas em pé. Descrevendo pode não parecer engraçado, mas ao vivo podem ter certeza que foi. É muita paixão!

4 comentários:

  1. Fatman... Blackman... hehehe

    Abraço,

    'Mascotman?'

    ResponderExcluir
  2. HEHEHE.... SAUDADE DESSE TEMPO DE MENTIRA.

    ResponderExcluir
  3. FOI UM TEMPO MARAVILHOSO...
    BOM REVIVER ESTAS HISTÓRIAS...
    GRANDE ABRAÇO!

    ResponderExcluir
  4. e o paulinho ganhando cigarro dos clientes?

    ResponderExcluir