quarta-feira, 17 de novembro de 2010

MEMÓRIAS DE UM ESTUDANTE DE MENTIRA

Prefácio

Esta obra narra as memórias de um estudante universitário vívidas em uma Casa do Estudante Universitário. Não é possível distinguir a ficção da realidade tampouco precisar se as memórias do estudante aconteceram em um plano real ou são frutos de sonhos do mesmo.
Para melhor compreensão dos fatos a obra foi dividida em posts e os posts por sua vez estão subdivididos em casos específicos.

CEU ou Torre de Babel?

A Casa do Estudante Universitário (CEU) é onde os seres mais peculiares do mundo são alojados e obrigados a conviver e interagir uns com outros, independentemente de qualquer individualidade, sanidade mental ou traquejo social. Diferentemente da Torre de Babel, a língua falada na CEU é a mesma, salvo algumas palavras e sotaques característicos das várias regiões do estado, do Brasil e até de outros países. Sobre esses sotaques estrangeiros gostaria de elencar alguns personagens internacionais que conheci ao longo dos seis anos que morei na CEU, são eles: 
  • um russo hare krishna que tinha o costume de entrar nos quartos de desconhecidos que estavam com suas portas abertas com vistas a usar computadores para acesso a Internet russa (esse costume não era bem aceito pelos donos dos computadores);
  • duas peruanas que dançavam suntuosamente um ritmo latino caliente até então desconhecido por mim;
  • um alemão chamado Francisco que tinha grande interesse pela cannabis sativa local e tinha receio de ser passado para trás por algum brasileiro típico;
  • um israelense (ou palestino ou árabe) que não tinha fluência em nenhuma língua viva conhecida atualmente - inclusive na dele - perdido durante o Fórum Social Mundial; 
  • alguns argentinos desprovidos de capacidade futebolística que em tese deveria ser automaticamente uma característica de todos os filhos dessa querida pátria vizinha; 
  • uma colombiana sem nada para destacar;
  • e alguns africanos dos mais diferentes países com destaque para um congolês (que não me recordo de qual dos dois Congos era) que sabia a capital de todos os países reais e inventados do globo terrestre. 
Sobre os personagens nacionais falarei nos próximos capítulos.
A CEU é a prova que pessoas com as características mais diferentes possíveis podem conviver em perfeita harmonia em um mesmo local. A CEU também é a prova que essas mesmas pessoas com as características mais diferentes possíveis podem conviver em estado de guerra constante, passando pelas mais inusitadas brigas e entrando em conflitos dos mais diversos gêneros.

6 Meses e alguns dias de irregularidade

Eu não entrei na casa necessariamente pela porta da frente, o meu insucesso no vestibular impediu que a CEU abrisse suas portas regularmente para mim, o que em momento nenhum me dissuadiu de adentrá-la. Enfim, em meus seis primeiros meses de estadia na tão difamada casa do estudante eu precisei ser muito perspicaz e em inúmeros momentos tive que ter muito arrojo para não me descobrirem.
Quero deixar bem claro que essa irregularidade era totalmente indispensável, não estava utilizando as benesses da assistência estudantil em vão ou para o meu bel prazer, era necessidade pura.
Foram seis meses tentando não ser notado. Os vizinhos de 7ª andar sabiam que eu estava ali, afinal de contas o banheiro era comum, mas o que ninguém sabia precisar era o porque de eu estar. Imagino que todos achavam que eu era somente mais um universitário estudioso e quieto, o que se configurava em um triplo equívoco, pois não sou quieto nem estudioso, e naquele momento não era nem a sombra de um universitário (o péssimo desempenho no 1º vestibular valida essa opinião). Eu era somente um paria infiltrado entre as futuras mentes pensantes da sociedade. Conhecer melhor essas mentes brilhantes me causou imensa preocupação com o futuro da nossa sociedade e me fez refletir ainda mais sobre quem salvará nossos filhos. 
Na metade do ano de 2003 eu passei no curso técnico e enfim consegui minha vaga oficial na CEU, mas não canso de lembrar daqueles seis meses e alguns dias vivendo em um submundo obscuro e cheio de incertezas.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Música: A nova música brasileira!

"Se o verão chegou. É só alegria. Estou no pega, pega amor. No compasso da Bahia”.
Este post é dedicado a todos os compositores de música ruim do Brasil, que não são poucos por sinal.
Se o título do post sugere que eu farei uma discussão sobre o rumo da música brasileira, suas novas tendências e seus recentes talentos, seria melhor trocar o título, mas eu não vou. Na verdade meu único objetivo é tentar lançar um novo hit para o verão de 2011. Vejam o vídeo abaixo:

Se você reparar na data que o vídeo foi colocado no youtube verá que ele não é tão novo assim (março de 2007), mas como ele não decolou ainda, vou dar mais uma chance para o talento desse singelo cidadão brasileiro.
Por se tratar de um vídeo caseiro, filmado por algum leigo em filmagens, a qualidade é baixa e às vezes fica impossível entender a beleza e sutileza de sua letra. Por isso a coloco abaixo, pelo menos o que eu consegui entender.

"Ela não gosta de usar...calcinha
Dá vontade de passar minha mão nessa bundinha
Ela é musa, ela é gata, poderosa do salão
Com a cheirosa rebolando e quebrando até o chão
("filma o pé Emerson" não faz parte da letra original, mas pode ser incorporada sem prejuízo da música)
Deixa a galera agitada, louca para passar a mão
Pois todos sabem que ela não usa calcinha no verão
É bonita é safada ela é bem sem vergonha
Essa gata é cachorra e ainda fuma maconha
Ela gosta do funk e sabe dançar
Rebolando e quebrando pros caras babar (sic)

É, ela vai, uhhh, enche o salão
Pois todos sabem que ela não usa calcinha no verão
É, ela não usa calcinha no verão."

Até hoje eu não entendi como essa ode ao “dinheiro na mão e calcinha no chão” não estourou nas paradas de sucesso. Mas nunca é tarde quando se tem um sonho, e por isso eu vou investir nesse talento nato do cancioneiro popular brasileiro e ver se pelo menos aqui no blog ele alcança o sucesso almejado e merecido.
E você investiria no MC Phudy? Quanto?

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Arte popular e acessível: Cowparade

E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas."


Olavo Bilac


Desde o início do mês de Outubro, Porto Alegre foi invadida pela Cowparade, que nada mais é do que esculturas de vacas em fibra de vidro decoradas por artistas locais e distribuídas pelas cidade, em locais públicos como estações de metrô, avenidas e parques. Segundo informações no site do evento http://www.cowparade.com.br/poa/, após a exposição, as vacas são leiloadas e o dinheiro é entregue para instituições  beneficentes.
O evento já passou, desde 1999, por mais de 55 cidades no mundo todo. Aqui no Brasil as vaquinhas já tomaram conta das cidades de Belo Horizonte, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro e agora Porto Alegre.
A exposição vai até 20 de novembro nas ruas de Porto Alegre, quem quiser pode conferir a localização delas no mapa http://www.cowparade.com.br/poa/googlemaps/mapa_cowparade_poa_2010.pdf
Para quem não estiver disposto a percorrer a cidade atrás das vaquinhas, pode conferir todas elas em exposição no Bourbon Country de 21 a 30 de Novembro.

O que eu acho da exposição?

Quando estive no RJ em 2007 fiquei sabendo da exposição pelos jornais, mas como ela estava nos últimos dias eu acabei perdendo, e não vi uma vaquinha sequer. Desde lá eu tinha muita vontade de ver. Fiquei louca quando soube que viria pra cá. Acho a escolha da vaca como painel, uma ótima idéia. A vaca, um animal tão grande e desengonçado vai se trasnformando em inúmeras coisas diferentes, cheia de cores, formas e texturas. A escolha de artistas locais torna a exposição ainda mais interessante, já que podemos ver traços da cultura de cada cidade representada nas mimosas.
Os locais onde elas ficam expostas também são bem democráticos, vão de shoppings a esquinas do centro da cidade. Isso torna a Cowparade ainda mais popular. Por onde se anda vê-se pessoas comuns contemplando, comentando e registrando imagens das protagonistas da exposição. Isso é arte popular: acessível e simples!

Pensei em escolher algumas vacas que eu tivesse gostado para postar aqui, mas como a exposição ainda está acontecendo, e todo mundo ainda tem chance de vê-las, resolvi postar imagens de algumas vacas que achei curiosas nas Cowparade de outras cidades pelo mundo:
ASTRONAUT COW
Prague, Czech Republic
SECURICOW
Auckland, NZ
POLPA FICTION
Florence, Italy


COW ME NOW
Rio de Janeiro









No site http://www.cowparade.com/ você acessa essas e outras vaquinhas de exposições anteriores pelo mundo.


E se você  fosse um dos artistas selecionados para pintar uma das vaquinhas, o que vc representaria nela? Onde você desejaria que ela fosse exposta? Mande suas idéias, comente!